05 fevereiro 2011

Moqueca, só capixaba; o resto é peixada

A frase acima, criada pelo jornalista José Carlos Monjardim, ilustra bem o sentimento dos habitantes do  Espírito Santo com seu prato mais famoso.
A moqueca capixaba, como é conhecida a iguaria que tem como principais ingredientes peixe, coentro,tomate e cebola, rivaliza com a também deliciosa moqueca baiana, mas é considerada mais leve por não levar leite de coco nem azeite de dendê, itens básicos da vizinha “arretada”.
Tradicional, a moqueca capixaba tem origem indígena, e até o século XIX era considerada a comida típica de comunidades ribeirinhas. Hoje, o prato tem diferentes versões e está no cardápio de grande parte dos restaurantes locais, podendo ser feito com vários tipos de peixes, dependendo do gosto e do bolso. Dourado ebadejo são os preferidos, mas o cação – geralmente mais em conta – também rende uma saborosa receita. O importante é usar sempre peixe fresco.
Outro item que faz parte da cultura da moqueca é a panela de barro, também típica do Espírito Santo. Produzida com esmero pelas conhecidas paneleiras de Goiabeiras, a panela demora mais para esquentar, mas conserva o calor como poucas e mantém a temperatura mesmo depois de quase 1h longe do fogão.
Nesta semana, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) divulgou um relatório em que diz que o consumo de peixe está crescendo em todo mundo e já contabiliza média de 17 quilos por pessoa em 2010. A matéria de capa deste mês da revista Globo Rural traz também o sucesso da piscicultura no Brasil, com alta de 90% na produção. O setor e os consumidores parecem ter motivos de sobra para comemorar – e se for com moqueca, ainda melhor!
A receita a seguir é reproduzida há anos por minha família e espero dar continuidade à deliciosa tradição.

Moqueca capixaba

Ingredientes

1 quilo de peixe limpo e cortado em postas (pode ser badejo, dourado, cação)
½ quilo de camarão
4 tomates picados
1 tomate cortado em rodelas
2 cebolas picadas
1 cebola cortada em rodelas
1 maço de cebolinha picada
1 maço de coentro picado
2 dentes de alho
3 colheres de sobremesa de colorau, diluídas em ¼ de xícara de óleo de girassol
2 bananas da terra cortadas em rodelas grossas
1 limão
Sal
Azeite

Preparo
Com um pilão, soque o alho com uma colher de sobremesa de sal até virar uma pasta e reserve. Tempere as postas de peixe com sal e pimenta-do-reino a gosto e reserve. Em uma panela, doure no azeite a cebola, a pasta de alho e acrescente o tomate e o colorau diluído no óleo, fazendo o refogado. Diminua a chama do fogão e coloque as postas do peixe sobre o refogado, empurrando um pouco com a parte de trás de uma colher para que as postas fiquem quase submersas no molho. Regue o peixe com o suco de 1 limão. Acomode as bananas entre as postas e deixe cozinhar por 15 minutos. Verifique o sal e acrescente os camarões também já previamente temperados com uma pitada de sal e pimenta-do-reino e deixe mais 5 minutos. Coloque sobre os camarões as rodelas de tomate e cebola, regue com azeite e espalhe a cebolinha e o coentro picados. Abafe a panela com a tampa, deixando mais um minuto e desligue o fogo. Sirva com um arroz branco fresquinho.
(Fotos: Hanny Guimarães)
Essa matéria completa eu encontrei na revista Globo Rural,

Meu comentário: Eu amo loucamente a Moqueca Capixaba, que comi muitos anos de minha vida, preparada por: meu ex-marido e hoje amigo Fernando, Leila Fassarella e minhas ex-cunhadas.
Eles refogam com azeite e não usam  óleo de girassol para diluir o colorau.
A banana também não é usada na moqueca que eles preparam, mas deve ser uma delícia.
Outra coisa que quero deixar bem claro: Eu nunca comi a moqueca Baiana, mas acredito que deve ser muito deliciosa, apenas alguns temperos a mais, devido a cultura e costume local.
Quero experimentar um dia, inclusive, conheci um brasileiro baiano  mês passado,  e ele me prometeu uma moqueca baiana, preparada pela esposa dele. Ai..ai, deu até água na boca.
Sendo assim, não posso dizer se a moqueca baiana é peixada, ou não, conforme  a frase do titulo da matéria.
Eu prefiro dizer que existem duas: A moqueca capixaba e a moqueca baiana, ou talvez existam outras, pelo nosso Brasil a fora. 

Não estou ficando doida, (todos sabem que não sou fera na cozinha)hehehe, nem mudando o tema do blog.
Achei a matéria intessante em vários aspectos, pois também fala da cultura de um povo tão amado.
Se você sabe alguma forma diferente de preparar esse maravilhos prato, é só comentar. Eu vou amar.
Bom apetite!

9 comentários:

  1. Esse prato é muito parecido com a caldeirada de peixe, muito popular nas zonas piscatórias de Portugal. A preparação é simples: coloca-se óleo, azeite e cebola às rodelas no fundo de um tacho ou panela, por cima colocam-se batatas descascadas e cortadas às rodelas e postas de peixe (quantos mais diferentes melhor, mas também pode ser só com uma espécie). Por cima leva mais cebola e tomate, e de novo mais batatas e postas de peixe, faz-se isto duas ou três vezes, a última camada é de tomate. Junta-se uma folha de louro sem o veio interior, vinho branco e água (não esquecer a água, senão as batatas não cozem, endurecem no vinho) há quem coloque, em vez de vinho e água, cerveja.
    Junta-se o sal, tapa-se e vai a cozer em lume brando.
    Neste prato cada pessoa pode acrescentar o seu toque: uns camarões, ameijoas ou outros mariscos, mas o original é só com peixe.

    Beijinhos, bom fim de semana

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  2. Lucinha, vou te mandar as fotos que tenho, em aguarde , nao esqueci nao viu !!
    E quanto a moqueca , rssss acho que nunca comi, assim como uma feijoada bem tradicional tb nao, tenho receio de comidas fortes assim, sempre penso no meu estomago hehhehe.

    Um beijo

    Leila

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  3. Uau! Que belo post! Parabéns. Como diz o ditado, quem tem fama pode deitar na cama. A moqueca cabixaba criou fama e se diz que a dela é verdadeira e o restante é peixada. E assim caminha a humanidade. Meu cunhado foi transferido para o E. Santo e morando, lá dizia a mesma frase. Mas sabendo que moqueca é um guizado, em geral de peixes ou mariscos, eu ouso lhe dizer que faço e prefiro a baiana, mais arretada com dendê, leite de côco e uma pimentinha a arder levemente... Hum... bom demais! Fiz tanta que minhas filhas dizem não para moqueca! Pode. Parabéns. Linda reportagem! Grande abraço!

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  4. Ah ia me esquecendo de comentar , a rua teresa continua mto boa hehhehe, compro varias coisas lá tem que andar e pesquisar mas achei roupas muito me conta para minhas filhas rssss.
    Em relaçao ao preço aqui da minha cidade continua bem bom de comprar por lá, volto sempre carregada hehhe. Bjs

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  5. Oá, querida Lucinha
    Morei 10 anos no ES e sei do que fala com razão...
    Bjs de fim de semana.

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  6. Vixe Maria, preciso conhecer essa moqueca.
    Eu não me arrisco a fazer, mas vou enviar essa receita pra minha Mãe que adora cozinhar, sem falar que é uma cozinheira de mão cheia.
    Vou me acabar...rssss
    Xerosssss

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  7. Lucinha,
    Quando estava a ler a sua receita, lembrei-me logo da caldeirada feita em Portugal, também muito saborosa.
    Subscrevo inteiramente a receita da nossa amiga Felipa.
    Muito obrigada pelas suas informações sempre tão oportunas.
    Já agora, bom apetite, eh, eh, (gosto muito de peixe).
    Beijinhos.
    Ailime

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  8. Lucinha, vc cancelou ocomentárioque fiz para esse post, ontem?

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  9. Meninas,

    Obrigada pelos comentários. Bacanas demais!

    Felipa,obrigada pela receita da caldeirada. A comida potuguesa é uma das melhores do mundo.

    Maria Luiza, eu não cancelei seu comentário, ele está aqui, olhe pra cima..rsrs

    Abraços,

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