Há algum tempo, venho pensando em fazer um seguro funeral aqui na NZ. Tenho um no Brasil, que é debitado em minha conta corrente de lá. Portanto, se morrer lá, tudo bem, pois já estarei no meu país e perto de minha família. E, se...acontecer aqui, como vai ficar? Sei que não vou ser enterrada com indigente, pois como Residente Permanente, tenho os meus direitos. Risos. Mas, se eu conheço minha família, principalmente, meus pais, eles vão desejar que meu corpo seja levado para perto deles. Isso por causa da nossa cultura e costumes.
Pensando nisso, conversei com meu irmão sobre o assunto, e disse que se eu morrer aqui, não precisa vender carro, sítio, apartamento etc., pra levar meu corpo pro Brasil. Estou feliz aqui, e depois de morta, de nada valerá o meu corpo. A única coisa que desejo é uma Missa bem linda e alegre. Daquelas da Renovação Carismática Católica, para acalentar o coração daqueles que irão sentir saudades de mim.
Fui a um velório há pouco tempo de uma linda senhora de 94 anos, que eu estimava muito. Uma mulher fantástica que deixou uma linda história de amor e dedicação a família e ao próximo. Ela mesmo planejou todo o funeral. Separou fotos, escolheu os textos, músicas, e uma das maiores exigências, era que ninguém fosse de preto. Queria um funeral suave e com cores claras. Foi até engraçado, porque o Reverendo da Igreja Anglicana, onde ela foi velada, disse que a cor da veste do dia e do altar, seria roxo ou preto, mas já que ela havia pedido, ele arrumou uma cor mais suave, e o altar estava branco e lilás.
Foi o funeral mais lindo que já vi em minha vida. Eles aqui, celebram a vida, e não a morte. Claro, os filhos, noras, netos, bisnetos, choraram, mas com muita suavidade. No telão, passava um vídeo, com as fotos das aventuras dela, e viagens com a família. Todos os familiares e amigos mais próximos fizeram discursos, onde contavam a forma linda que ela tinha de viver.
Na hora que terminou, fecharam o caixão, e colocaram o corpo dela no carro. Nesse momento, jogamos pétalas de rosas e flores que ela mais gostava. Fecharam a porta, e todos deram o último adeus. Uns com lágrimas, e outros com sorrisos.
E, pra terminar, um maravilhoso lanche para os convidados, como forma de agradecimento por terem comparecido. São diferenças culturais, e confesso, no começo eu achava muito estranho. Hoje, penso que é bem melhor assim.
E se... hoje fosse meu último dia, e eu pudesse, escolheria estar no Brasil. Passaria o dia com meus pais, filhas, netos, irmão, cunhada, sobrinha, e alguns amigos e familiares. Daria maior amor e carinho possíveis para todos, e pediria perdão, caso um dia, os tenha magoado.
Ninguém sabe o dia, somente o pai que está no céu. Portanto, enquanto isso não acontece, eu vou tentando ser, a cada dia, uma pessoa melhor. E, confesso, espero que demore um pouco a chegar esse dia. Acho que ainda tenho muita coisa pra fazer e viver por aqui. Risos.
Participando da iniciativa da
Sissi, que vocês podem conferir como participar,
aqui no link do
Reflexões Rápidas. Todas as segundas-feiras, ela coloca uma imagem e
"e se...". Vale frases, poemas e contos.