Foto após a cerimônia.
Recebendo o certificado pelo prefeito da cidade Greg Brownless
No último dia 13, aconteceu a cerimônia da minha cidadania Neozelandesa. Estava esperando chegar a foto oficial para compartilhar com vocês. Sei que estou muito ausente daqui e muitos acontecimentos importantes não foram mostrados. Esse momento, portanto, não poderia deixar passar em branco.
Em 2009 eu decidi sair do Brasil e vir morar na Nova Zelândia. Deixei pra trás minha família, meu trabalho, meus amigos, minha casa, minha igreja e muito mais pra tentar a vida nesse país tão distante. No começo não foi nem um pouco fácil. Deixar o porto seguro pra viver numa cultura, idioma, clima etc., não é tão fácil como as pessoas pensam. Passei por momentos de muita solidão., e até por depressão. Sentimentos que foram mais fortes vivendo longe da família, mas os mesmos sentimentos que já havia passado morando perto.
Claro, tive que ser muito mas forte para passar por tudo isso. Muitas coisas contribuíram pra me dar forças pra continuar. A primeira delas foi o apoio de minha família. Cada um deles contribuiu de alguma forma para que eu nunca desistisse.
Aprendendo a lidar com isso tudo, segui em frente. Não dá pra voltar atrás, quando o barco está em alto mar. Na verdade, nunca foi minha intenção voltar. Nem mesmo nos piores momentos.
Acho que toda a mudança gera incertezas. Quanto mais quando isso inclui um idioma diferente. Cheguei aqui com o Inglês no nível básico dos básicos. Ou seja, o mesmo que nada. Tive que aprender para sobreviver. Ainda tenho muito que melhorar, mas nesses mais de sete anos, nunca levei tradutor comigo pra nenhum lugar, ou para resolver qualquer assunto com relação á imigração, médicos, carteira de motorista, trabalho e tudo mais.
Morei seis anos em Auckland. Vocês que me acompanham desde o começo do blog sabem que eu amava aquele lugar. O jardim, a horta que construí com muito carinho e cuidei com muito amor. O gato
Cido, que era adotivo, mas era como se fosse meu. Esse gato foi meu companheiro de momentos de solidão. O cão
Diesel da vizinha. Nossa, muitas vezes, ele ficou sentadinho do outro lado da cerca me observando. Às vezes, sentava na beirada da cerca e desabafava com ele. Sei que ele entendia, pois eu lia isso em seus olhos. Eu estava me sentindo muito só enquanto morava lá. Decidi então mudar de cidade e viver uma nova vida. Foi quando aconteceu de reencontrar uma pessoa que já era do meu círculo de amizades. Resolvemos então, juntar as nossas solidões e tentar um relacionamento. Isso foi há um ano e seis meses, quando mudei pra cidade onde estou morando no momento.
Mudança de cidade e estilo de vida, foi outro choque. Onde morava era bem afastado dos grandes centros. Muito perto da área rural. Aqui, apesar de ser um local bem pequeno, por ser muito próximo da praia talvez, o ritmo de vida é bem diferente. Isso tudo foi muito bom para mim. Tenho uma vida social devido ao grande número de amigos e relacionamento de negócios que meu marido, companheiro, namorado tem. Como vocês quiserem chamar. Risos
Enfim, eu vim pra contar da minha cerimônia da cidadania e acabei escrevendo um pouco mais. Agora, sou uma mulher com dupla cidadania. Orgulho de ser brasileira. Amo o Brasil, apesar de tudo. Mas, depois do último dia 13, sou cidadã neozelandesa também. Coisa que orgulho muito. Ser cidadã desse país tão lindo, é uma grande honra.
Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado forças. Minhas família, meus amigos mais próximos do Brasil, meus amigos novos que fiz na Nova Zelândia, todas as pessoas que contribuíram de alguma forma para que eu conquistasse o meu visto logo no começo, E para uma pessoa muito especial chamado Paul, que é o meu maior incentivador no momento.
Isso tudo me fez lembrar de meu passado distante, enquanto morava no Brasil. Quando postei no WhatsApp do grupo da família, meu irmão escreveu um texto muito bacana, onde eu resolvi compartilhar com vocês.
Escrevo diretamente pra Lucinha, mas compartilho com o grupo.
Ontem, foi um dia alegre em que nossas vidas se confirmou. Digo nossas vidas porque direta e indiretamente, afeta a mim, mamãe, papai, as crianças e todos que gostam muito de você.
Passei o dia pensando, e, sem querer, fiz muitas reflexões. Melhor, acho que fiz uma retrospetiva.
Como um filme que passa em na tela do cinema, viajei em cenas que vivenciamos. Lembrei de um tempo ruim pra você e que , num pedaço de papel, escrevi a letra do Raul Seixas "Tente outra vez", que diz mais ou menos assim. "Não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez".
Sem saber do futuro você guardou esse pedaço de papel e continuou a sua sina. Em outro tempo, também ruim, eu escrevi pra você outra letra. Dessa vez, do Almir Sater (lembra?) "Tocando em frente", que diz mais ou menos assim. "cada um de nós compõe a sua história. Cada ser carrega em si, o dom de ser capaz e ser feliz".
Você provou que tanto o Raul Seixas, quanto o Almir Sater estão certos. As duas fotos a seguir sintetizam a história e dispensam palavras.
Eu te admiro e te amo muito.
Mensagem de Luiz Cláudio meu irmão querido, enviada pelo grupo do WhatsApp.
"Um dia a gente chega, no outro vai embora".
A mensagem que quero deixar é: Nunca é tarde pra recomeçar. Nunca é tarde pra realizar os sonhos. Nunca é tarde pra ser feliz.
" Pois é de batalhas que se vive a vida". "Tente outra vez" Raul Seixas.
" Cada um carrega em si o dom de ser capaz e de ser feliz". Almir Sater